Durante quatro décadas, viveu uma aparente contradição, revezando seu tempo entre a sua indústria e seu ateliê. Com o tempo, compreendeu que essa dualidade não representa conflito, mas sim complementaridade. A empresa cresceu desde os anos 80 até hoje — com um parque industrial de 8.000 metros quadrados, mais de 150 funcionários diretos e um portfólio com mais de 800 produtos compatÃveis com grande parte da frota de veÃculos pesados e máquinas da América Latina — não apesar da arte, mas por causa dela. A sensibilidade desenvolvida no trabalho artÃstico com materiais como aço, madeira, cristais e outros elementos transformaram sua maneira de enxergar processos industriais.
A fronteira entre criar uma escultura e desenvolver um produto industrial é mais tênue do que parece. Ambos exigem domÃnio técnico dos materiais, visão espacial e a capacidade de transformar ideias abstratas em realidades concretas. Tenho um parque industrial focado em tecnologias 3D — como robôs, impressoras e lasers — que funcionam como ferramentas de criação tanto artÃstica quanto industrial. Desta forma, cria protótipos de soluções para ambos os mundos, provando que as ferramentas são as mesmas; o que muda é a intenção. No ateliê procura provocar emoções; na fábrica, solucionar problemas. E é justamente essa mudança de foco que fortalece as duas habilidades.
Essa dupla identidade se fortaleceu nas exposições e feiras pelo Brasil, Estados Unidos, Europa e Ãsia. Cada cultura o ensinou algo sobre forma, função e percepção — conhecimentos que aplica tanto na criação artÃstica quanto na gestão estratégica da empresa. O olhar treinado para captar nuances estéticas permite a ele identificar oportunidades de melhoria nos processos industriais que outros gestores não percebem. Quando o industrial vira artista, desenvolve sensibilidade para os detalhes; quando o artista vira industrial, aprende a transformar visão em escala.
O mercado não precisa de mais empresários ou mais artistas. Precisa de profissionais que consigam transitar entre esses mundos, combinando criatividade com pragmatismo e estética com eficiência. Essa mistura não é um luxo, mas uma necessidade para competir num mundo onde inovar é questão de sobrevivência.
Hermes Santos é fundador da Modefer, graduado como técnico em mecânica pelo Colégio José Rocha Mendes, além disso, possui mais de 30 anos de experiência no mercado de autopeças. Lidera as decisões estratégicas e organizacionais da marca, consolidando a empresa como referência de mercado e lÃder na fabricação de hélices e embreagens viscosas. Sob sua liderança, a Modefer cresceu para um parque fabril de 8.000 m² com mais de 120 funcionários diretos, sempre focada na evolução contÃnua e na excelência operacional.
Galeria de Arte HermesSanto Calçada Dos Cravos, 63
Alphaville – Centro Comercial
@hermessantos